“Se minha profissão não foi uma escolha consciente, meu caminhar foi”. A declaração é da professora Gabriela Cunha Andrade, 48 anos, ao lembrar da sua trajetória na Educação que começou com uma escolha de sua mãe. Atualmente, a docente atua na sala de recursos da Escola Municipal Professora Maria Jose Dantas Carneiro, no Caseb, e é apaixonada pelo que faz.
As salas de recursos são espaços de apoio pedagógico especializado e individualizado para os estudantes com deficiência e transtornos de aprendizagem da rede e conta com uma equipe altamente especializada.
A professora Gabi, como é chamada, faz parte dos profissionais que atuam em uma das 67 salas implementadas nas escolas municipais e representa a Educação Inclusiva na nossa série especial em homenagem aos Profissionais de Educação - data comemorativa em 6 de agosto.
A docente é formada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Feira de Santana desde 2003, tem especialização em psicopedagogia e psicomotricidade pela Faculdade Bahiana de Medicina e especialização em Educação Especial também pela UEFS.
Contudo, para chegar até onde está hoje, ela passou por alguns desafios. Na adolescência, era uma estudante que “dava trabalho”, pois gostava apenas de algumas disciplinas e não era vista como uma boa aluna. Foi aí que dona Yeda, sua mãe, a matriculou no Magistério em 1991 - era um curso profissionalizante realizado junto ao Ensino Médio que habilitava os os jovens da época lecionarem logo após a conclusão do colegial.
“Na época, minha mãe - como professora e filha de professora - decidiu que eu precisava ter uma profissão. E deu muito certo. Desde o início me dediquei muito, aprendi, me desafiei e nunca mais parei. Iniciei logo o curso de história na UEFS (primeiro vestibular) que abandonei ao passar em pedagogia”, admitiu.
Gabriela não imaginava que a Educação Inclusiva seria o seu porto seguro. “Atuar nesta área se tornou significado de propósito, realização profissional e a integralidade de ser quem sou”. Ela destaca que, apesar de ser docente para todos os públicos, não consegue mais pensar em sua atuação como professora de forma desassociada ao aluno com deficiência e sua família.
“As crianças com deficiências sempre atravessaram meu percurso e a invisibilidade e impotência que se era projetada nelas, ou ainda é, são as molas propulsoras da minha formação e dedicação pessoal e profissional. Espero contribuir para que todos se sintam um sujeito ativo neste processo que chamam de inclusão, que eu ouso chamar de reino”, destacou sobre seu ofício.
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