o último compromisso oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no período da Cúpula da Amazônia, o líder brasileiro recebeu na tarde desta quarta-feira, 9/8, o presidente da República do Congo, Denis Sassou N'guesso. A conversa ocorreu na estrutura do Hangar Centro de Convenções, em Belém (PA).
Lula agradeceu ao presidente do país africano a aceitação do convite para a cúpula e se disse muito feliz pela posição comum encontrada na área ambiental. Nesta quarta, o evento oficial na capital paraense envolveu, além dos países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), nações que contam com grandes extensões de florestas tropicais preservadas, casos de Indonésia, República Democrática do Congo e da própria República do Congo.
Em conjunto, os países decidiram se unir em voz única para negociar com o mundo, com maior representatividade, inclusive no que se refere aos compromissos de financiamento climático assumidos pelos países ricos. O conceito ficou expresso no Comunicado Conjunto dos Países Florestais em Desenvolvimento em Belém, divulgado ao fim da cúpula.
No encontro bilateral, Lula comentou sobre as diversas visitas que realizou à África em seus primeiros mandatos e a necessidade de o Brasil voltar a ter atenção ao continente. O presidente do Congo lembrou a visita de Lula ao seu país em outubro de 2007 e o contato amistoso que tiveram em junho, durante a Cúpula por um Novo Pacto de Financiamento Global, realizada em Paris. Lembrou também que, em 2011, o Congo realizou um evento similar ao organizado agora em Belém, com representantes dos países com maiores florestas tropicais do planeta.
Denis Sassou N'guesso comentou dos desafios de seu país de manter a segurança alimentar da população e das necessidades técnicas e financeiras de fomentar a produção agropecuária. Ele avalia que o Brasil teria muito a contribuir com a expertise que já tem no setor.
O presidente Lula enfatizou que a segurança alimentar é o que há de mais precioso em um país e comentou sobre o grande potencial existente na área do desenvolvimento agrário, em parceria com a agricultura familiar. No Brasil, a principal iniciativa nesse sentido é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que faz a compra direta da produção de agricultores familiares e leva esses produtos a merenda escolar, hospitais e diversas instituições da rede de assistência social. Lula lamentou que o processo de colonização tenha gerado um legado de desagregação produtiva e de dependência econômica em tantas nações em desenvolvimento.
O líder do país africano falou ainda dos gargalos de seu país na geração de energia elétrica, tema que também pode contar com apoio técnico brasileiro. Os dois concordaram que há grande potencial em parcerias futuras entre os dois países nesses setores.
Foto: Ricardo Stuckert / PR
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