Nessa quinta-feira (31), o setor de Psicologia do Hospital Inácia Pinto dos Santos, o Hospital da Mulher, promoveu uma roda de conversa com o tema "Violência contra a Mulher, como combater", no pátio do ambulatório da unidade hospitalar. A mediação do debate foi conduzida pela titular da DEAM (Delegacia Especializada da Mulher), delegada Clécia Vasconcelos, e pela diretora da presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, Gilberte Lucas.
A roda de conversa marcou o encerramento da programação do "Agosto Lilás", uma iniciativa da Prefeitura de Feira através da rede de apoio e proteção às Mulheres, com a participação da Fundação Hospitalar. Durante o mês, foram realizadas ações no CMPC (Centro Municipal de Prevenção ao Câncer), CMDI (Centro Municipal Diagnóstico por Imagem) e também no Hospital da Mulher, com o objetivo de conscientizar sobre a necessidade de combater a violência contra a mulher.
De acordo com a delegada Clécia Vasconcelos, a campanha busca não apenas dar visibilidade ao tema, mas também ampliar o conhecimento sobre os dispositivos legais existentes. Além disso, visa auxiliar as mulheres que sofrem violência, informando sobre as diferentes formas de violência doméstica, os direitos das mulheres e a importância da equidade de gênero.
"Essa questão dos reflexos da violência contra as mulheres nos seus filhos e filhas tem despertado toda nossa atenção e preocupação nos últimos anos, especialmente nos casos de violência de gênero, onde as crianças e adolescentes têm se constituído vítimas diretas da violência doméstica quando buscam defender suas mães das agressões. Nesse momento, a gente diz a elas: denunciem seus agressores", declarou a delegada.
A diretora-presidente da Fundação Hospitalar, Gilberte Lucas, destacou a importância do tema da roda de conversa, principalmente em um hospital que atende um grande número de mulheres diariamente. Ela ressaltou a necessidade de as mulheres se sentirem acolhidas e apoiadas em momentos tão cruciais de suas vidas.
Suzani Caribé, coordenadora de Psicologia do Hospital da Mulher, explicou que a ideia de criar um espaço de escuta informal, onde as mulheres se sentissem à vontade para discutir o problema da violência doméstica, foi o que motivou a equipe de psicologia a promover esse evento importante para toda a sociedade.
"Nós somos psicólogos do maior hospital municipal materno infantil, de portas abertas 24 horas, onde muitas gestantes e mães precisam do nosso apoio. A nossa equipe de psicologia, composta por nove profissionais, bolsistas e estagiários, está disponível para fornecer orientações e o acolhimento necessário para essas mulheres que chegam à emergência do HIPS", enfatizou Suzani.
ASSISTÊNCIA DE PSICOLOGIA INFANTIL
Segundo dados divulgados pelo Anuário de Segurança Pública em 2020, 60,2% das mulheres que sofrem violência doméstica são mães e têm filhos. Em geral, as pesquisas indicam que, nesse contexto de violência, as crianças e adolescentes são vítimas secundárias, ou seja, não são atingidas diretamente pela violência que a mãe sofre. No entanto, é importante destacar que o Hospital da Mulher oferece assistência de psicologia infantil durante a semana, nas segundas e quintas-feiras, pela manhã e tarde (das 8h às 17h30) e nas quartas-feiras pela manhã (das 8h ao meio-dia).
Para Suzani Caribé, essa situação pode ter consequências que se manifestam por meio de diversos sintomas, sejam cognitivos, comportamentais ou emocionais, gerando traumas e a reprodução de condutas violentas, além do uso abusivo de drogas, o que prejudica o desenvolvimento psicossocial dessas crianças e adolescentes. A coordenadora de psicologia enfatiza a importância de lidar com esses problemas de maneira adequada e sensível.
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