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Ministro das Relações Exteriores exalta avanços do G20 e celebra potencial da Aliança Global de Biocombustíveis

Para Mauro Vieira, compromisso de recuperar 30% das áreas degradadas no mundo e de investir em combustível renovável colocam Brasil em posição privilegiada. Ele qualificou inclusão da busca pela paz no conflito da Ucrânia no texto final do G20 como conquista importante

11/09/2023 às 18h25
Por: Redação
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Foto: Ricardo Stuckert / PR
Foto: Ricardo Stuckert / PR

Antes da coletiva de imprensa em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço das atividades do Governo Federal na Cúpula do G20, na manhã desta segunda-feira (11/9), na Índia, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, citou alguns dos principais avanços conquistados no evento e pontuou algumas das discussões travadas nas sete reuniões bilaterais que o presidente Lula realizou ao longo dos dois dias de evento em Nova Delhi.

 Mauro Vieira exaltou que o texto consensual entre os líderes do G20 trouxe menções à busca por soluções para os conflitos entre Rússia e Ucrânia pela via da paz, da diplomacia e da soberania dos povos, caminhos desde sempre indicados como essenciais pelo Brasil.

A Aliança Global é importantíssima. O Brasil é pioneiro, referência há 50 anos nessa área de biocombustíveis. E esse anúncio em conjunto com outros países importante é sem dúvida uma grande contribuição dessa reunião do  G20”

Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores

“A resolução pacífica de conflitos e os esforços para enfrentar as crises, bem como a diplomacia e o diálogo, são cruciais. Vamos nos unir no esforço para enfrentar o impacto adverso da guerra na economia global e saudaremos as iniciativas relevantes e construtivas que apoiam uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia”, indica trecho do texto conjunto acordado pelo G20.

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA - O ministro apontou ainda a importância da entrada no grupo da União Africana, mencionou avanços em questões sociais e de gênero e comemorou avanços na área de transição energética e de meio ambiente.

 “Houve um compromisso de recuperar até 2030 30% das áreas degradadas no mundo. Isso é importante para a questão de segurança alimentar”, afirmou Mauro Vieira. Para ele, o grande destaque da cúpula foi o lançamento da Aliança Global de Biocombustíveis, que colocou lado a lado os presidentes Lula, Joe Biden (Estados Unidos) e o primeiro-ministro Narendra Modi (Índia).

“A Aliança Global é importantíssima. O Brasil é pioneiro, referência há 50 anos nessa área de biocombustíveis. E esse anúncio em conjunto com outros países importante é sem dúvida uma grande contribuição dessa reunião do  G20”.

A aliança aposta no papel dos biocombustíveis e dos veículos flex na descarbonização do setor dos transportes. A intenção é fomentar a produção sustentável e o uso desses produtos, o que coloca o Brasil em uma vitrine de grande projeção, pelo histórico de produção, manejo e know how. Outros 19 países e 12 organizações internacionais fazem parte da aliança, que segue aberta a novas adesões.

PRESIDÊNCIA BRASILEIRA - Sobre a Presidência brasileira no G20, Mauro Vieira afirmou que a equipe do Itamaraty foi instruída a colocar na agenda a redução de todas as formas de desigualdade, o combate à fome, transição sustentável em energia e uma grande ênfase em ações de meio ambiente.

 BILATERAIS – Vieira fez ainda um breve relato dos pontos altos de alguns dos sete encontros bilaterais do presidente Lula com líderes de França, Egito, Turquia, União Europeia, Índia, Arábia Saudita e Países Baixos.

 Confira alguns dos pontos ressaltados pelo ministro:

FRANÇA - Importante destacar que na reunião com o presidente Emmanuel Macron, foi passada em revista a relação bilateral, o diálogo e a parceria estratégica que os dois países têm. Decidiu-se que vai se criar uma Universidade da Biodiversidade em conjunto entre os dois países. Vamos celebrar em 2025 o Ano do Brasil na França e Ano da França no Brasil. Lula convidou e Macron aceitou fazer visita ao Brasil no primeiro semestre de 2024.

 

UNIÃO EUROPEIA - Com o presidente do Conselho Europeu (Charles Michel), e com a presidente da Comissão Europeia (Ursula von der Leyen), foi discutido o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. O presidente Lula reafirmou a posição do Brasil e do Mercosul em relação à carta adicional apresentada pela União Europeia em abril, que põe uma série de restrições na área ambiental. O presidente disse a todos que a carta é inaceitável em termos de imposições de sanções às exportações do grupo tendo em conta questões ambientais.  Disse que é indispensável que os países do Mercosul sejam considerados de baixo risco, e que não haja interferência de legislações que possam prejudicar as exportações do grupo. Vai haver uma próxima reunião virtual nesta semana que se inicia agora. E no dia 21 de setembro haverá uma reunião presencial no Brasil com uma delegação europeia para avançar no acordo.

 

ÍNDIA – Com o primeiro-ministro Narendra Modi, os dois países destacaram os 75 anos de relações diplomáticas e o comércio bilateral na casa de 15 bilhões de dólares. A Índia é o quinto maior parceiro comercial do Brasil, o segundo maior na Ásia. Decidiu-se realizar nos dois países encontros empresariais de grande nível. Há interesse de aproximar o empresariado na área da agricultura e de fármacos. E também de lançar uma parceria na área de aviação e espacial.

 

ARÁBIA SAUDITA - Com o primeiro-ministro e príncipe herdeiro da Arábia Saudita (Mohammed bin Salman), o presidente Lula o cumprimentou pelo ingresso ao Brics e foi discutida a possibilidade de investimentos sauditas no Brasil nas áreas de energia verde, meio ambiente, mineração, turismo, defesa e petróleo.

 

PAÍSES BAIXOS – A Holanda é a principal porta de entrada dos produtos brasileiros na Europa. Porto de Roterdã. Temos com eles uma corrente de comércio alta, de quase 15 bilhões de dólares. É o quarto país entre os maiores parceiros comerciais do Brasil. A Holanda tem grande interesse na área de produção de hidrogênio verde. Anunciou investimentos elevados, de 38 milhões de dólares, em projetos de produção de hidrogênio verde. Haverá uma série de iniciativas na área empresarial no Brasil e na Holanda.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Foto: Ricardo Stuckert / PR

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