Nesta quinta-feira (30), os estudantes da Escola Cívico-Militar Municipal 15 de novembro, no distrito de Jaíba, celebraram o sucesso do projeto “Sementes Ancestrais”, atividade interdisciplinar que tem o objetivo de resgatar a ancestralidade. O encerramento reuniu toda a comunidade escolar para a apresentação dos resultados do que foi realizado, dentro e fora da sala de aula, durante todo o ano.
“É uma emoção muito grande viver o resultado desse projeto, porque ele tem importância muito grande. Através dele, os estudantes podem conhecer e entender onde nasceram e se conectar com a sua ancestralidade”, explica o diretor da unidade escolar, Marcelo Martins.
Cristiano Abreu, chefe de ensino, conta sobre a satisfação em ver a conclusão do trabalho. “O coração fica a mil porque este é um projeto feito a muitas mãos e que o resultado positivo é reflexo do apoio dos professores, da gestão escolar e com participação plena dos estudantes”.
Ele ainda destaca que o projeto representa a consolidação da lei 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira dentro das disciplinas que já fazem parte da educação brasileira, e que este ano completa 20 anos.
“Isso nos dá a consciência de que estamos fazendo um trabalho em prol da formação de sujeitos e de cidadãos não apenas não racistas, mas de sujeitos e cidadãos antirracistas.”
A atividade faz parte do projeto político-pedagógico da escola. Desta vez, professores e estudantes trabalharam 14 subtemas, que abordaram o surgimento das feiras no Brasil desde o período dos escravizados e fotografia e autoestima de pessoas negras, por exemplo.
A turma do 9º ano C trabalhou a história dos quilombos e turbantes, patrimônios materiais do povo negro. “Trabalhamos os quilombos, enquanto comunidades remanescentes, mas também relacionamos o termo às periferias urbanas, abordamos o também aquilombamento e o uso dos turbantes como estética e também como expressão de existência negra”, explica a professora Lidiane Ferreira.
Na turma de sétimo ano, o subtema “Retratos Negros” trouxe para os estudante uma nova concepção de imagem sobre eles mesmos e sobre o mundo. “As pessoas me chamavam de feia e o projeto permitiu que eu pudesse restaurar a minha autoestima, eu não gostava de tirar foto. A professora caiu do céu com esse trabalho e eu espero que agora as pessoas possam me enxergar como eu me enxergo: linda e maravilhosa”, conta a estudante Taila Freitas.
Mín. 21° Máx. 28°