A Folha Norte, o mais antigo jornal da Bahia, que fará 115 anos de existência no dia 19 deste mês, ultimamente em circulação online, a exemplo de grande parte de jornais e revistas do planeta por conta do avanço tecnológico, tem um história rica pela sua participação em momentos essenciais vividos por Feira de Santana. Não apenas noticiando e preservando fatos para a posteridade como em muitos momentos, mas também participando e contribuindo diretamente para a consecução de eventos de lídima importância para a comunidade.
Surgido em 19 de setembro de 1909, emergindo do esgotante trabalho manual da Tipografia Progresso, editada graças ao idealismo, aliás, mais do que necessário na época de Tito Rui Bacelar, Arnold Ferreira da Silva, Dálvaro Ferreira Silva e João Carneiro Vital, o redator oficial.
Feira de Santana contava então com uma população de 68.887 habitantes e já existia outro órgão de imprensa: O Município. A sede originária do Folha do Norte ficava na rua Dr. Manoel Vitorino, 112, ao lado do atual Mercado de Arte Popular (MAP).
Semanalmente, aos sábados, no horário matutino, a FN circulava com enorme procura. Os assuntos da cidade, notadamente na esfera política, suscitaram grande interesse aos leitores, como os fatos sociais, esportivos e policiais - estes de muito menor relevância pela sua rara notabilidade. Acontecimentos globais como a I Grande Guerra Mundial e a II Grande Guerra foram registrados nas páginas da Folha, ilustradas como fotos autênticas.
Em 5 de março de 1976 o jornal, de forma pioneira no interior da Bahia, passava a circular com edição diária em off-set, com uma moderna máquina impressora Abdick 380, substituindo o tradicional e trabalhoso sistema tipográfico. As máquinas de composição IBM deram lugar aos computadores. Em dezembro de 1979, por questões de ordem financeira, o diário voltava à condição de semanário registrando um indiscutível sentimento popular.
Na sua primeira edição em 1909 o jornal deixou claro sua adesão às candidaturas de Hermes da Fonseca para presidência da República e Wenceslau Braz para vice, como era comum então aos órgãos de imprensa externar a posição política. Na madrugada de 1911, a população foi acordada com o repicar de sinos. Era a forma de alertar que um incêndio estava destruindo a oficina tipográfica do Jornal - o que foi atribuído a adversários políticos
Um prejuízo estimado em 15$000 (equivalente a 15 mil reis, moeda da época) e três meses sem o jornal circular, compensados pela reabertura festiva em 10 de agosto de 1911. Na primeira edição do jornal, em 1909, foram publicadas propagandas da Emulsão de Scott e máquinas de escrever Blickensderfeg, mediante a utilização de clichês (gravação em relevo sobre metal). Em 1912 foi publicada a primeira fotografia impressa, relativo ao Elixir Nogueira.
Em 1955 com o falecimento de Tito Rui Bacelar o jornal, assim como a Tipografia Progresso onde ele era impresso, foram adquiridos por Arnold Ferreira da Silva. Destacados jornalistas passaram pela Folha do Norte, onde também outros tantos surgiram. Com o falecimento dos irmãos José, Hugo e Antônio Navarro, a advogada Lícia Silva, filha de Hugo Navarro Silva, está à frente do secular Folha do Norte.
Por: Zadir Marques Porto
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