Quinta, 30 de Janeiro de 2025
22°C 31°C
Feira de Santana, BA
Publicidade

Fluminense de Feira: 84 anos do maior divulgador da Princesa

O Fluminense construiu sua história no amadorismo em confronto com o Bahia de Feira

Redação
Por: Redação
07/01/2025 às 08h04
Fluminense de Feira: 84 anos do maior divulgador da Princesa
Foto: Divulgação - Arquivo ZMP

Independente de ser um clube de futebol, cujo papel não é exatamente esse, o Fluminense, como instituição, tem sido o grande representante da Cidade Princesa, talvez mesmo o seu maior divulgador desde que se tornou um time profissional. Ao completar 84 anos de existência, e num momento de instabilidade, pode-se dizer que ele já fez muito, mas todos esperam muito mais do Touro.

O dia 1º de janeiro, no calendário do feirense, em especial do torcedor, tem um significado importante: marca a fundação do Fluminense de Feira Futebol Clube (FFFC). A partir de 1963, com a conquista do título de campeão baiano de profissionais, derrotando o Bahia por 2 x 1 no antigo Estádio da Fonte Nova, o Fluminense ganhou, em definitivo, o inextinguível título de “Touro do Sertão”. Essa expressão foi uma brilhante alusão do compositor e cantor Antônio Moreira, na produção do hino do clube, ao passado histórico da cidade, que nasceu do movimento de grandes manadas de bovinos e do posterior comércio específico, que deu maior fama à Terra de Senhora Santana.

Porém, no dia em que completava 84 anos de fundação, a torcida não teve o que comemorar, uma vez que o clube, que já foi chamado de “O Santos do Nordeste” pela qualidade do seu elenco, está restrito a disputar a segunda divisão do futebol estadual, na expectativa de retornar à primeira. No entanto, isso não apaga sua história, que teve início em 1941, no amadorismo. Até então, o clube se chamava Palestrinha, inspirado no Palestra Itália de São Paulo, que, devido à II Guerra Mundial, passou a se chamar Palmeiras. A família Falcão (Wilson, Newton, João, Antônio e Manuel), torcedores do Fluminense carioca, decidiu fundar um homônimo na cidade.

O Fluminense construiu sua história no amadorismo em confronto com o Bahia de Feira. O primeiro título de campeão local foi em 1947, quando o Campeonato Feirense era disputado no Estádio da Vitória, onde hoje existe o monumento ao caminhoneiro na Praça Jackson do Amaury — e que, por sinal, também jogou no tricolor. A rivalidade com o Bahia de Feira continuou, e no dia 3 de janeiro de 1954, ao derrotá-lo por 3 x 1 no Estádio Municipal (hoje Alberto Oliveira), o Fluminense se tornou campeão feirense e carimbou seu passaporte para o profissionalismo. Nesse jogo, Pelúcio e Zequinha (duas vezes) marcaram para o Fluminense, enquanto Mário Porto fez o gol do Bahia.

Mesmo com o mesmo nome, mesmas cores e mesma paixão, o Fluminense teve sua primeira diretoria na era do profissionalismo, formada por jovens da família Falcão e outros idealistas como Colbert Martins da Silva, Adroaldo Dórea, Alberto Oliveira, Walter Mendonça, Osvaldo Coelho Torres, Simonidas Carneiro, Fernando Garcia, Laudelino Lacerda Pedreira, Ariston Carvalho, Otto Emanuel de Carvalho e Humberto Luiz Portela. Juntos, eles formaram a primeira diretoria do tricolor em 20 de janeiro de 1954.

Em 6 de junho de 1954, o Fluminense estreou no Campeonato Baiano de Profissionais contra o Vitória na Fonte Nova. A crônica esportiva da capital prognosticava uma goleada, o que seria natural, considerando o grande EC Vitória contra um time amador do interior. Porém, a realidade foi outra, com o placar final de 1 x 1, com o Fluminense, que poderia ter vencido, sendo prejudicado pela arbitragem. O gol do Fluminense foi marcado por Alfredo Cesarinho, pai do cronista esportivo Jair Cesarinho. A formação profissional do Fluminense em 1954 era: Batista, Augusto e Júlio, Elias I, Edinho e Zezinho, Hosanaah Bahia, Maneca, Pelúcio, Alfredo e Elias II. O técnico era Durval Cunha.

Mesmo sendo discriminado pela crônica esportiva e pela torcida da capital, que os chamavam de “tabareus” e “vaqueiros”, o Fluminense se tornou grande, equiparando-se a Bahia e Vitória como uma das três maiores forças do futebol baiano. Com o segundo título estadual em 1969, o clube consolidou-se no cenário nacional. Vale lembrar que o Fluminense participou de competições regionais e nacionais, trouxe a esta cidade equipes de outros países e, com seis atletas, foi a base da seleção baiana que vestiu a camisa amarela da seleção brasileira na Taça Bernardo O’Higgins, disputada em Santiago, Chile, em 1957.

Nos últimos anos, sem cumprir boas campanhas, o tricolor tem perdido espaço para outras equipes do interior do estado, mas sua rica história de feitos não pode e não deve ser esquecida pelos seus fiéis torcedores. Portanto, mesmo sem comemorações, os 84 anos de existência do Fluminense representam um momento de orgulho para Feira de Santana. 

Por Zadir Marques Porto

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários