Com o tema “Proteger o Encantamento das Infâncias”, a edição 2025 do Dia B do Brincar teve sua abertura realizada na manhã desta terça-feira (20), reunindo dezenas de professores da educação infantil e do ensino fundamental no auditório da Secretaria Municipal de Educação. A iniciativa marca o início de uma semana voltada à valorização do brincar como linguagem, direito e forma de resistência na vida das crianças.

A cerimônia foi aberta pela cerimonialista Alice Morais, professora da rede municipal e cordelista, que encantou o público com uma apresentação em formato de cordel, narrando a trajetória dos participantes da roda de conversa. Entre eles, estavam o vice-prefeito e secretário de Educação, Pablo Roberto, e a professora doutora Mirela Figueiredo, além da professora doutora Marta Alencar dos Santos e da professora mestre Cristiane Sousa Santos. O prefeito José Ronaldo de Carvalho não pôde comparecer, mas foi lembrado durante o evento.

A acolhida dos educadores contou com música ao vivo, apresentada por um saxofonista, e a roda de conversa teve a participação de intérpretes de Libras, garantindo acessibilidade.

Pablo Roberto destacou a importância de investir na sensibilidade e na valorização das experiências da infância como eixo estruturante da educação.

“Estamos falando de um tema que nos desafia a olhar para além do currículo formal. Brincar é mais do que uma atividade, é um direito e uma ferramenta de transformação. Quando valorizamos o brincar, reconhecemos o papel da infância como um tempo de encantamento, escuta e construção de sentidos. O Dia B é um chamado para que nossas escolas se tornem espaços ainda mais vivos, afetuosos e criativos”, afirmou o secretário.

Reflexões sobre o brincar e as infâncias diversas

A professora doutora Mirela Figueiredo provocou os presentes a revisitarem suas próprias infâncias para compreenderem a importância do brincar na formação humana.

“Se a gente não puder olhar para esse lugar interno das nossas infâncias, como poderemos enquanto adultos continuar brincando? Como nos tornarmos adultos brincantes sem respeitar as nossas próprias infâncias?”, questionou.

Já a professora doutora Marta Alencar dos Santos, pesquisadora das infâncias negras, chamou atenção para a dimensão cultural e social do brincar. Ela trouxe reflexões sobre o brincar que, segundo ela, é o modo que a criança produz cultura no mundo e convidou os participantes a ampliar o repertório e a interpretação do que é brincadeira.

“Brincar é um direito garantido pela ONU, pelo ECA e pelas diretrizes nacionais. Enquanto professora de criança pequena, de mulher adulta que trabalha com criança pequena, devemos olhar para elas com o encantamento que a gente vivenciou aqui, observar dentro do contexto social delas o que é representado como brincadeira e incentivar isto, não reprimir”, destacou.

A professora mestre Cristiane Sousa Santos, representando a educação especial, compartilhou sua vivência na zona rural e ressaltou a importância da inclusão no brincar.

“Nós, enquanto adultos, somos mediadores das crianças. Precisamos escutá-las e valorizar suas experiências, inclusive das crianças com deficiência. Brincar é também um ato de memória, cultura e afeto”, afirmou, ao relatar a introdução de brincadeiras como o xilofone, o ioiô e os jogos de botão em sua prática pedagógica.

Ações nas escolas e culminância

Durante esta semana, cada escola da rede municipal será incentivada a promover atividades lúdicas adaptadas à sua realidade local, fortalecendo os vínculos entre professores e alunos, estimulando memórias afetivas e promovendo a escuta sensível.

A culminância da programação acontecerá no dia 27 de maio, com o grande Dia B do Brincar, que reunirá aproximadamente 1.200 alunos em três turnos — incluindo turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) — na sede da Secretaria de Educação. As atividades serão promovidas em parceria com o SESC e incluirão oficinas e apresentações teatrais. As escolas participantes serão selecionadas por sorteio eletrônico, respeitando as etapas de ensino.