Na noite desta sexta-feira (23), o Centro de Convenções de Feira de Santana foi palco da 14ª edição do Festival de Sanfoneiros. Sob o tema "Fusões Sonoras", a edição deste ano propôs uma reflexão sobre a sanfona e sua interação com outros instrumentos musicais, explorando possibilidades inusitadas de instrumentação junto ao acordeon.
O festival, promovido anualmente, reuniu músicos de diversas regiões do Brasil, reafirmando o compromisso da cidade com a valorização da música regional e a promoção da sanfona como expressão cultural da Bahia e do Brasil.
“É muito mais que um festival, é o resgate da cultura, é o empoderamento, é a valorização das raízes nordestinas, e por isso que Feira de Santana, por ser essa cidade tão plural, tão rica naturalmente, se engrandece num momento como esse, e a sociedade abraça porque o forró, a sanfona, faz parte da nossa história, da nossa tradição”, destaca o secretário Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Cristiano Lôbo.
Durante o evento, o mestre Baio do Acordeon foi homenageado com uma peça em madeira produzida especialmente para o festival pelo artista plástico feirense Mateus Guimarães, reconhecendo sua contribuição à música nordestina.
O festival contou ainda com apresentações de nove sanfoneiros selecionados em quatro categorias:
O evento não apenas celebrou a música, mas também fortaleceu a identidade cultural da cidade, promovendo a sanfona como símbolo de resistência, inovação musical, e servindo como plataforma para a formação de novos talentos.
Ivison, de Caruaru, compartilhou sua experiência: "Cada participação é como se fosse a primeira vez, com aquele nervosismo e frio na barriga. Carregar esse instrumento no peito é uma grande responsabilidade, sabendo dos mestres que passaram por aqui. Estar aqui com meu filho Arthur, tocando o oito baixos, é uma fusão sonora que representa a continuidade da nossa tradição", diz ele, que participa do festival pela quarta vez, mas a primeira ao lado do filho.
Luan, de São Bernardo do Campo, destacou a importância de manter viva a tradição do Oito Baixos: "A cena de forró em São Paulo é imensa, mas poucos tocam o Oito Baixos. Nossa missão é inspirar a juventude a tocar esse instrumento, não apenas como herança, mas como uma paixão que deve ser compartilhada e mantida viva", ressalta.