O secretário de Educação e vice-prefeito de Feira de Santana, Pablo Roberto, participou na manhã desta terça-feira (3) da abertura do seminário de formação de professores multiplicadores do programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC). O evento ocorreu na sala de treinamento da Belgo Arames, reunindo educadores da rede municipal que, a partir deste ano, irão levar para a sala de aula importantes discussões sobre ética, cidadania, trabalho e justiça.

Com o tema “Sustentabilidade e Trabalho Decente”, o programa contemplará escolas municipais, promovendo o debate sobre direitos fundamentais, relações de trabalho e fortalecimento da cidadania entre estudantes. A iniciativa é realizada pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA), com o apoio da Belgo Arames e da Prefeitura de Feira de Santana, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Seduc).

Durante a abertura, Pablo Roberto destacou o compromisso da administração pública com o fortalecimento das ações educativas que promovam a cidadania e a transformação social. “A nossa participação aqui é exatamente para reafirmar nosso compromisso para começar esse desenvolvimento. Devemos conscientizar a sociedade da importância de contribuir com a educação. Contem conosco para que esse projeto possa crescer e acontecer de forma como todos nós queremos”, afirmou.

O programa TJC busca, desde sua criação, democratizar o conhecimento sobre os direitos do trabalho e aproximar o Poder Judiciário da comunidade, por meio de parcerias com a educação pública. Os professores participantes são capacitados como multiplicadores e passam a abordar os temas em sala de aula de forma transversal, conforme orienta a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Para apoiar esse processo, a ANAMATRA desenvolveu cartilhas ilustradas em formato de histórias em quadrinhos, que tratam, de maneira lúdica e acessível, dos direitos dos trabalhadores.

Presente no evento, a juíza do Trabalho, Rosemeire Fernandes, ressaltou a importância da educação na construção da cidadania e na efetivação dos direitos. “A gente fala cidadania como algo muito abstrato, mas, na prática, somos um país que ainda não concretiza direitos. Embora nós tenhamos uma legislação das melhores do mundo, isso nos faz questionar por que esses direitos não são efetivos. O programa nasceu em 2004, a partir dessa ideia de que o Judiciário precisava se aproximar da sociedade. O acesso à justiça, a qualificação pelo exercício dessa cidadania e o distanciamento, não apenas do Judiciário, mas dos poderes constituídos de modo geral, também contribuem para essa baixa densidade da nossa cidadania”, explicou.

A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção Feira de Santana, Lorena Peixoto, também participou do seminário e destacou o papel transformador do professor nesse processo. “Quando vocês, professores, se predispõem a estar em um ambiente como esse, sobretudo na perspectiva de aprendizado e construção, automaticamente levam para os discentes a oportunidade de ver para além do óbvio, de saírem das caixas de estereótipos, daquelas caixas que rotineiramente foram condicionados a pensar. E dão a essas pessoas a oportunidade de ver a vida realmente transformada. Transformada não porque o meu pai foi assim, o meu avô foi assim, como se a vida fosse uma reprodução de vidas passadas, mas na perspectiva de que eu posso sair dessa linha de continuidade e modificar, fazer as minhas verdadeiras escolhas pautadas no meu conhecimento e nos meus sonhos”, destacou.

O seminário marcou o início das atividades do Programa TJC em Feira de Santana neste ano, reforçando a integração entre o Judiciário, o poder público e a comunidade escolar, com o objetivo de construir uma sociedade mais justa, ética e consciente de seus direitos e deveres.