Em março deste ano, o Hospital da Mulher deu início à intervenção precoce centrada na família, realizada pela equipe de fisioterapia da unidade. A prática é uma prestação de serviços atualmente considerada o tipo de abordagem que melhor contribui para que os bebês recebam uma interferência máxima, já que os cuidados são inseridos na rotina diária da família.
O ambiente potencializa as ações para o desenvolvimento de habilidades relacionadas à motricidade, linguagem e aspectos sociais. Nessa abordagem, a equipe de fisioterapia apoia os cuidadores, com orientações que tanto fortalecem o conhecimento e as capacidades parentais como promovem a aquisição de novas competências para cuidar da criança.
São estratégias importantes para o crescimento desses bebês e que não sobrecarregam a família. A fisioterapeuta Sabrine Cortiana, que atua como consultora técnica do serviço de fisioterapia do Hospital da Mulher, explica como essa iniciativa pode beneficiar as famílias que participam.
"Dentro desse atendimento em grupo, ali, essa mãe é ouvida, ela compartilha as angústias dela em relação ao bebê, ela compartilha quais são as dificuldades que ela está tendo para realizar determinadas atividades com o bebê, compartilha experiência com outras mães, então acaba sendo um momento de muita interação, de apoio e de troca de informação e de experiência".
Todo bebê que nasce no Hospital da Mulher com algum risco para o desenvolvimento recebe alta da unidade com a indicação do acompanhamento da fisioterapia. Antes do atendimento, é realizada uma triagem para avaliar se ele vai participar da intervenção em grupo ou individual e a frequência. Ao entrar no grupo, os bebês passam por uma nova avaliação a cada 3 meses, para acompanhar como está o seu desenvolvimento.
A fisioterapeuta do ambulatório de internação precoce, Aline Almeida, realiza essa reavaliação e conta como é feita. "Teste de triagem Denver II é uma avaliação do desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos de idade, que avalia quatro domínios do desenvolvimento: motor grosso, linguagem, motor fino e pessoal social. Esse instrumento possibilita a identificação de suspeitas e/ou atrasos no desenvolvimento global infantil", conclui Aline.
De acordo com Sabrine, a intervenção centrada na família surgiu com a necessidade de atender aos bebês, mas também ensinar aos cuidadores a dar continuidade aos estímulos em casa.
"A gente percebeu que existem vários bebês que poderiam se beneficiar do atendimento em grupo com outras mães, que poderíamos ensinar eles de uma forma mais lúdica, mais acolhedora. Dessa forma, conseguimos ter um entendimento sobre o contexto familiar em que esse bebê se encontra e realizar troca de experiências, tanto entre as mães quanto entre os terapeutas. Essa prática também existe no acompanhamento individual, mas quando você coloca outros cuidadores que tenham a mesma experiência de ter um bebê com o acompanhamento dos mesmos profissionais, eles se sentem mais à vontade para fazer essa troca".
Fotos: Maria Júlia Veloso
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